Nesta aula o professor Joaquim Letria, leva-nos a reflectir em algumas coisas que irão mudar e se essa mudança é boa ou má, dependerá em grande parte como nós nos adaptarmos a elas.
Coisas que vamos ver desaparecer das nossas vidas |
||
1. O Correio
Vai-te preparando para viver um mundo sem Correio. O e-mail,
FedEx, Facebook e SMS, têm praticamente dizimado as cartas, que é como quem
diz a receita mínima necessária para manter os Correios a funcionar. O pouco
do que ainda recebemos pelo correio, todos os dias, não passa de ”lixo” e
contas.
2. O cheque
A União Europeia já está a preparar o terreno para acabar com o
cheque até 2018. O processamento de cheques custa bilhões de euros por ano ao
sistema bancário. Cartões de plástico e transações on-line, ou pelo telefone,
vão levar à eventual extinção do cheque. Isto tem ligação directa para a
morte dos Correios. Se ninguém nunca pagar as suas contas pelo correio e
nunca receber as pensões pelo correio, os Correios ficam em absoluto fora do
negócio.
3. O jornal
A geração mais jovem simplesmente não lê o jornal. Eles
certamente não se deslocarão a um quiosque para procurar um jornal impresso.
Foi o que já aconteceu com o leiteiro e o padeiro. Quanto ao ler o jornal
on-line, preparem-se para ter de pagar por isso. O aumento dos dispositivos
móveis com Internet e e-readers, tem motivado todos os jornais e editoras de
revistas para criar alianças. Eles reuniram-se com a Apple, Amazon, e outras
grandes empresas de telefonia móvel para desenvolver um modelo de serviços de
assinatura paga.
4. O livro
Vocês podem dizer que nunca vão desistir do livro físico, que
seguramos na mão enquanto lemos e vamos virando as páginas. Eu disse a mesma
coisa sobre o download de música do iTunes. Eu queria que o meu CD tivesse
cópia impressa. Mas eu rapidamente mudei de ideias quando descobri que
poderia obter os álbuns pela metade do preço, sem sair de casa, para
conseguir os últimos êxitos. A mesma coisa está a acontecer com os livros.
Hoje já podemos navegar nas livrarias on-line, e até mesmo ler um capítulo
pré-visualizado antes de comprar. E o preço é menos da metade do de um livro
em papel. É só pensar na conveniência! Assim que começares a passar os dedos
pelo ecrã, em vez do livro, vais entrar na história como se fizesses parte
dela, e a desejar mais ver o que acontecerá a seguir, esquecendo logo de que
estás a segurar um gadget em vez de um livro.
|
5. O telefone fixo
Já hoje não precisamos do telefone fixo. A maioria das
pessoas ainda o mantém simplesmente porque sempre o tiveram. Até a própria
Telecom aproveita a linha do telefone mais para serviços, como o da
televisão, do que para o telefone. Inclusivamente todas as empresas de
telemóveis oferecem serviço fixo gratuito porque ele já é inexpressivo.
6. A Música
Esta é uma das partes mais tristes da história da mudança. A
indústria discográfica está a definhar de morte lenta. E não é só por causa
de downloads ilegais. É a falta de oportunidade para a nova música inovadora
chegar às pessoas que gostariam de ouvi-la. A ganância e a corrupção é
que é o problema. As gravadoras e os conglomerados de rádio estão
simplesmente a autodestruir-se. Mais de 40% das músicas compradas hoje são
"Anexos dos Catálogos", o que significa música tradicional, com a
qual o público está familiarizado. Os artistas mais antigos e consagrados.
Isto também é verdade no circuito de concertos ao vivo.
7. A Televisão
As receitas dos canais televisivos tem caído
drasticamente. Não apenas por causa da crise. As pessoas estão a preferir
assistir a televisão e filmes a partir dos seus computadores. E, ao mesmo
tempo, elas jogam e fazendo muitas outras coisas, que ocupam o tempo que
costumava ser gasto assistindo a ver televisão. Programas do horário nobre
descambam abaixo do menor denominador comum. A publicidade roda a cada 4
minutos e 30 segundos. Eu digo boa viagem para a maior parte de tudo isso.
Está na hora das empresas do cabo serem postas de fora da nossa miséria.
Deixem as pessoas escolher o que querem assistir on-line através do Netflix.
|
8. As coisas que hoje usamos
Muitos dos bens que usamos e possuímos já não poderemos
realmente possui-los no futuro. Eles podem simplesmente ficar na "nuvem
". Hoje os nossos computadores ainda têm um disco rígido, onde guardamos
as nossas fotos, músicas, filmes e documentos. O software está num CD ou DVD,
sempre podemos reinstalá-lo, se for necessário. Mas tudo isso está a mudar.
Os serviços de internet oferecem "serviços em nuvem" gratuitos.
Isso significa que assim que ligamos o computador, a Internet é incorporada
ao sistema operativo. Assim, se clicar num ícone, ele vai abrir algo na
Internet. Se guardar alguma coisa, ela será salva na nuvem. Neste mundo
virtual, podemos aceder à nossa música, ou aos nossos livros, ou qualquer
coisa do género, a partir de qualquer computador portátil ou dispositivo
movel. Não é porque as coisas estejam mais seguras, mas porque essa é a
realidade do futuro.
9. A nossa privacidade
Se já houve um conceito, com que podemos olhar para trás
com nostalgia, é o da privacidade. Isso já acabou. Ela foi-se já há muito
tempo, de qualquer maneira. Vivemos a era do "big-brother". Há
câmaras nas ruas, na maior parte dos edifícios, e até mesmo no nosso
computador e telemóvel. E vocês podem ter certeza que funcionam 24 horas por
dia, 7 dias na semana, "Eles" sabem quem és e onde estás, até as
coordenadas GPS, e o Google Street View. Se comprarem alguma coisa, isso é
colocado num trilhão de perfis, e passam a receber anúncios reflectido essa
escolha. Neste momento é possível conferir todos os teus passos, desde que te
levantas até que te deitas, documentando-os em filmes ou fotografias.
Tudo o que temos perdido e que não pode ser alterado são as "Memórias"...E mesmo essas, provavelmente, o Alzheimer nos vai tirar também!O futuro já é hoje… |